segunda-feira, 18 de maio de 2009

Inverno na Cidade

Vagando pelas ruas frias com minha trajetória indefinida sinto seus olhos castanhos do alto do morro me vigiando. Eu ainda não te encontrei, você parece ter me encontrado faz muito muito tempo. Compactado eu sinto a chuva batendo no meu casaco, hoje vou me molhar até a alma pra ver se acorda a criança dentro de mim, não quero mais ser gente grande. Você pelo jeito não se importa com quem eu sou, as coisas que eu faço, a vida que levo..

Me deito sob a sombra dos edificios, me falta visão suficiente pra ver a beleza neles hoje em dia. Algo que em você existe em abundancia, por isso preciso encontrar você logo pois talvez não sobrevivo sem você. Deito minha cabeça coberta por um boné na parede de concreto e volto meu olhar das moças lindas na rua pros céus, nenhuma núvem neles.. a chuva parou e eu ainda não me encontrei. Talvez espero por mais um dia em que posso me tornar uma pessoa melhor.

O vento frio voltou, bate e parece me acordar um pouco. Me levanto e vejo aonde estou, pra ter certeza que não tive a sorte de acordar em algum lugar mais comfortável. Já me parece hora de ir pra casa, não sei se aguento mais esse tempo longe de você, me deixa triste saber que vou acordar amanhã abraçando o vão na minha cama, acordando de mais um sonho com você. Sonha do mesmo jeito? Sem teu amor o inverno é mais longo, mais triste, mais frio.

Me deito e penso em absolutamente nada, mais uma noite sem você talvez vire pouca coisa quando penso que passei todo esse tempo sem notar que existia tal possibilidade de um dia encontrar a felicidade. Só que ainda fico sentido quando penso que você sabe aonde estou e nunca me procura, por que faz isso comigo? Venha à noite, por favor. Eu deixo a porta da frente aberta pra você, não me deixe nesse sofrimento. Vem e me prometa que vou acordar todos os dias a partir desse ao seu lado, na sua compania, com todo seu amor.

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