quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Anonymous Love Letter #5

...Estou convencido que tudo que faço não tem nenhum propósito sem você.
É que os dias que gasto desenhando na areia com um palito de sorvete estão contados e eu sei que um dia vou ter que ir embora. Talvez eu sabia desde o inicio que não ia ter você ao lado mais sei lá, a esperança é a última que vai embora. Reconheço que isso é estupidez e tento esconder e talvez quem sabe levar numa boa com um pouco de sorte e o coração no bolso. Queria eu inverter a situação, só que essas coisas não acontecem na vida.

Tento não reclamar, tento entender o por que e garantir que não é nossa culpa. Mas enfim, quero que saiba que questiono sempre o motivo de minha mudança. Não entendo afinal por que tive que ir embora quando sabia que tinha algo bom. Só que é minha vida, sabe? Não consigo parar quieto, não consigo me acostumar. Talvez essa seja a parte mais dura de uma vida como a minha. Seria melhor eu ser um nativo preso na terra pensando que deus está usando o liquidificador na cozinha, preparando pra mim uma vitamina de frutas, ou será que acho que mereço ser um cidadão do mundo? Não é por arrogancia, somente curiosidade jovem.

Quero ao menos mais uma noite? Em baixo da sacola de lixo que anjos infantis furam com seus bisturis, com você. Te dizer tudo que quero sem falar absolutamente nada. Ser direto e te dar mil beijos, ignorando o fato que naturalmente sou muito timido pra fazer algo assim. Quero fazer tudo que tenho medo até de fazer, pra talvez enfiar na sua cabeça que não vou embora pra sempre. Vou parar por aqui, não consigo mais me concentrar no meio da fumaça de cigarro e risadas no fundo e minhas dores de cabeça estão voltando. Talvez todo esse realismo me faça bem e um dia canso, volto.


Te amo.

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