domingo, 31 de maio de 2009

Ghosts of Denmark: Ismaels Helsinki part 1

Mais um dia, mais um homem ao mar. 100 anos neste barco nós, marinheiros, bohemios, amantes do inexistente existimos. Pelo chão de madeira velha e barulhenta andamos. Vendo tudo que é azul e lindo se tornar fatal com a morte do sol, nossa maior paixão se torna perigosa: A noite. Ela sendo a nossa única companheira nos lembra de amores antigos, amigas, namoradas, filhas, mulheres. Com isso em mente a nostalgia se torna insuportável.

Vou te contar a história de um velho companheiro, que se jogou ao mar anos atrás. Ismael, 26 anos com uma barba grande como sua apetite pela vida antes de se tornar mais uma alma neste barco sem rumo. Conheci ele quando tinhamos ambos 22 anos, um bar confiscado pelos pensamentos depravados da juventude dinamarquesa. Ele entrou como se tivesse me procurando, sempre fui alguém feito pra escutar as histórias humanas. Comprei uma cerveja pra ele e Ismael contou:

Quando era jovem, 17 anos. Conheci uma garota linda de Helsinki, com um cabelo semelhante as profundesas do nosso próprio mar frio. O nome dela era Helenna, e ela me trouxe a maior felicidade que já conheci nessa vida, talvez a última. No começo eramos apenas amigos, uma conversa qualquer na porta da casa dos pais toda vez que ia entregar as contas deles, todas escritas à mão pelo meu pai (ele tinha muito orgulho de sua forma bela de escrever). Infelizmente somos só humanos, e a amizade se tornou mais do que só isso. Por chance encontrei ela no parque (sempre ia lá todos os domigos pra apreciar a natureza do nosso querido país), ela me contou sobre coisas que eu não me lembro muito bem pois não prestava atenção com tanto nervosismo na minha cabeça e acabei por matando a literatura que era a voz dela com "Que tempo ruim que anda tendo esses dias, não?".
Não foi a melhor escolha de palavras pois ela me pareceu um tanto irritada com isso, e ficou calada. Uns 5 minutos se passaram com um silencio costrangedor até ela me dizer "está frio, vou embora". E assim foi como começou tudo:

"Lhe dou meu casaco, não vá tão cedo."
"Não precisa, vai ficar com frio e ficarei com calor, me parece injusto."
"Então eu tiro meu casaco, podemos ficar com frio juntos."
"Não seja tolo isso não faz o menor sentido, devo ir."
"Fique por favor."
"Por que toda essa insistencia em minha presença?"
"Sou direto, sempre fui e vou ser agora: Por que te amo."

Demorou pra notar o que tinha dito, apesar que nessa hora já era muito tarde. Ela ficou vermelha com o que me parecia vergonha, e eu também. Ela se sentou, e ficou olhando pro chão. Já eu fiquei olhando pro lado brincando com meu anél entre os dedos de tanto nervosismo continuo. Passaram se 30 minutos, ninguém falou nada. Ela se levantou e começou uma caminhada lenta pra casa, enquanto eu fiquei. Um homem perguntou a hora, e depois de um tempo um cachorro sem dono se sentou ao meu lado. Tinhamos o mesmo sentimento naquela hora, mal eu sabia que com o passar do tempo melhor seria ter trocado almas com o canino.. E fui pra casa quando o sol já estava quase morto.

sábado, 30 de maio de 2009

Heavy Breathing Fragments

Tem alguém ai? Do outro lado do espelho? Da parede? Do meu mundo?
Será que é algum morto de fome? A garota da banda? Uma pessoa que já passou pelo mesmo caminho que eu, deixa pista de que a rota não é fácil e nunca foi. Um rabisco na parede, eu deixo coisas minhas também pros próximos. Já vi alguns que acabaram antes de mim, um sinal que eu consigo achar fé depois de tudo isso. Deles só se vê um rabisco de perdão.

Eu sei que vou acabar com o mesmo fim que eles, é só questão de tempo. Em todo caso continuo curioso pra ver o que a vida pode nos dar depois de tudo isso. Talvez seja um vicio natural da nossa parte, querer sofrer e sofrer mais tentando descrever o sofrimento que nos dá: O amor, a paixão, os sentimentos, e a vida. Eu já sou uma versão aperfeiçoada, completa da nossa forma. Não me enganam, não me usam. Eu os deixo, isso sim.

Por toda nossa curiosidade, continuamos sofrendo. Somos o gato que brinca com a curiosidade, é só uma questão de tempo até ela entrar na brincadeira também. E eu sento, cansado de ter o resumo da minha semana em mãos. Querendo saber o que me faz continuar com os pés e alma nessa terra vermelha que eu chamo de lar doce lar. Uma triste eternidade contendo rios de lagrimas que secaram sem poder fluir anos atrás.

Tudo anda mais rapido nessa estrada, passei por um jardim ou dois vários anos atrás sem notar. Alguém me deu um oi, outros me deram àdeus. Ignorei todas as pessoas e coisas que me passaram, e junto com eles todos os limites de velocidade que me tentaram fazer respeitar. A agora essa, outra etapa da vida em que não consigo prestar nenhuma atenção ou levar qualquer coisa disso a qualquer nível de sériedade. Foda-se.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ill Musician.

I'm sorry hun, I just haven't been feeling myself lately.
I have thoughts, that run through my brain as if they were readying themselves for a marathon. But know they will win no trophy. They are strong, heavy, and persistant. They make me miss you, and they make me miss me. Yeah this rides been fun, but i'm getting a little queasy. And I still remember our July afternoons, Long Island was a blast with your face stamped on it.

I can't help this shaking, cigarettes in the morning despite them making me hungrier and it causes me alot of pain. But lately I just haven't cared. And God dear, i'm so tired of stepping outside. My bones hurt so much from walking and walking, it's so needless when you aren't around. I leave the house on rainy days, the air is heavy on my cloudy lungs but the sun will hurt my sleepless eyes. And despite them being this way, i've slept so much my back hurts.

I've no goals anymore without you by my side, i'm sorry i've become this. I think you'll be happy to hear that despite the pain in my fingers i've managed to play some guitar, but there is no more audience, just a cat outside my window and a picture of a man on life support on the back of my cigarettes whom I can relate to. It appears the big city is way more lonely than i initialy thought. So far my conclusion dear is that: Love is in the air but my nose is stuffed.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Allston, Where are you?

Allston, aonde está você? Sinto tanto sua falta, suas luzes no inverno me esquentavam.
Sua vida, as bohemias lindas que passeavam pelas suas ruas, sinto tanta falta delas, poesias ambulantes (cada palavra saia pelo clak-clak dos saltos, zippers de jaquetas, couro italiano).
As janelas de todos os carros que me levaram pelas suas avenidas pequenas, cada pingo de chuva que corria até a minha visão me falhar e eu dormir na paz que você trazia, sinto tanta falta de tudo isso.

Agora estou perdido. Por que se esconde a magia? Por que eu não posso mais sentar na frente do trêm que passava pela sua estação, o metrô a cada 5 minutos? Antes eu sentia pena dos coitados que tinham que dar àdeus à você.. Agora sou um deles. Agradeço as tentativas quase estrangeiras do meu próprio povo, infelizmente nem sequer me fazem parar de pensar em você. Nada se compara, nada chega perto. Eles não tem idéia.

Ultima vez que te vi você parecia tão quieta, talvez sabia que seria a ultima. Aquele cara estranho que cresceu com você, que associava todas as musicas no iPod com você, nunca mais ia te ver. Até com gripe não ficava em casa, precisava te ver. O amor que você me deu, sinto tanta falta dele. Eu com meu iPod no metrô, indo pra te ver e pra ver as pessoas que sempre tinham um sorriso bêbado na cara e sabedoria na cabeça.. Se eu soubesse dos planos que eles tinham pra mim.

Agora estou realmente perdido.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Inverno na Cidade

Vagando pelas ruas frias com minha trajetória indefinida sinto seus olhos castanhos do alto do morro me vigiando. Eu ainda não te encontrei, você parece ter me encontrado faz muito muito tempo. Compactado eu sinto a chuva batendo no meu casaco, hoje vou me molhar até a alma pra ver se acorda a criança dentro de mim, não quero mais ser gente grande. Você pelo jeito não se importa com quem eu sou, as coisas que eu faço, a vida que levo..

Me deito sob a sombra dos edificios, me falta visão suficiente pra ver a beleza neles hoje em dia. Algo que em você existe em abundancia, por isso preciso encontrar você logo pois talvez não sobrevivo sem você. Deito minha cabeça coberta por um boné na parede de concreto e volto meu olhar das moças lindas na rua pros céus, nenhuma núvem neles.. a chuva parou e eu ainda não me encontrei. Talvez espero por mais um dia em que posso me tornar uma pessoa melhor.

O vento frio voltou, bate e parece me acordar um pouco. Me levanto e vejo aonde estou, pra ter certeza que não tive a sorte de acordar em algum lugar mais comfortável. Já me parece hora de ir pra casa, não sei se aguento mais esse tempo longe de você, me deixa triste saber que vou acordar amanhã abraçando o vão na minha cama, acordando de mais um sonho com você. Sonha do mesmo jeito? Sem teu amor o inverno é mais longo, mais triste, mais frio.

Me deito e penso em absolutamente nada, mais uma noite sem você talvez vire pouca coisa quando penso que passei todo esse tempo sem notar que existia tal possibilidade de um dia encontrar a felicidade. Só que ainda fico sentido quando penso que você sabe aonde estou e nunca me procura, por que faz isso comigo? Venha à noite, por favor. Eu deixo a porta da frente aberta pra você, não me deixe nesse sofrimento. Vem e me prometa que vou acordar todos os dias a partir desse ao seu lado, na sua compania, com todo seu amor.

domingo, 17 de maio de 2009

Tear Ducts

You blew away the pollen with your allergic sneezing. Your glasses nearly fell off from all the trouble. Your sister let you borrow her car, after a long drive to the beach we had a couple of cigarettes and pulled up the covers because it was quite cold even with the car heater on.
At times we fight because of your drinking but I could never let you find out I actually don't mind dear.

I still remember last year when I got sick and you took care of me, even skipped work to do it. I told you I felt horrible that you had to go through all the trouble just to take care of me and you leaned over with a cup of soup, a malicious smile and said "It just isn't winter without a cold, love."

I love you so much I don't think you understand. From the way the autumn winds make your dress dance to the various things and sacrifices we've agreed to make for eachother. I love you trully. And you wont take this seriously, you'll say i'm being silly and odd. But it's the truth. I am here for you always, dear.

domingo, 10 de maio de 2009

Carente

Bom dia querida.
Não tive a oportunidade de dormir ao seu lado essa noite, desculpa.
Passei a noite sentado no banco lá fora, esqueço dos perigos nesse país eu sei.
Gentileza sua fazer o café, talvez pego depois quando o tempo me dar um descanso.
Fica nervosa com esse hábito feio meu, eu sei. Sei o quanto você quer me ver trabalhando, trazendo dinheiro pra pagar certas contas. É que meus sonhos são lindos quando estou acordado, às vezes fica dificil dormir nessa situação. Dessa vez estava com você no parque, fogos no céu dando um pouco de cor à noite. O gramado era tão escuro quanto a água, seria um perigo sair do lugar pois poderia cair no mar. Era verão e todas as cores davam ainda mais vida ao seu lindo rosto.
Sei, não esta em animo pra escutar elogios pois nossa situação é real. É que eu sinto saudades de quando tudo era novo.
Lembro de quando conheci você, uma longa viagem ao mundo desconhecido.. Nada que eu não estou acostumado.
Aceito chá hoje querida, prefiro chá.
Enfim, você era mais velha por um ano. Isso me deixava tranquilho, pois sabia que não ia deixar meu coração (que no tempo era ainda fraco) na mão de uma qualquer.
E você o abraçou, tranquilizou, convenceu de que tudo era tão lindo de novo.
Nosso primeiro ano se resumiu em longas caminhadas, noites assistindo desenhos velhos, e toneladas de cigarros baratos ao lado da televisão passando filmes dos anos 50.
Querida Deus sabe que eu te amo, não quero errar com você.
Não sei mais o que te dizer, você escutou tudo isso tantas vezes que cansa. Eu cansaria.
Não ligue para sua mãe, sei o quanto ela sempre te disse que casar com pintor era furada na certa.
Eu quero é um abraço, um tiro sentimental na escuridão solitária.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Rude, Rude, Rude.

That's so very english!


Oi querida, me desculpe por não ir no jantar ontem.
Vou ser verdadeiro, já que você curte esse tipo de coisa.
Eu não quero saber de jantar, um beijo e convite pra entrar na sua casa, e depois você.
Talvez seja fácil entender que eu só quero meu maço de cigarros do lado da minha cerveja, assistindo um jogo do Santos.
Não me chame de machista, eu não vejo nada de machista nisso.
Tenho minhas vontades pela arte, e uma tal sabedoria ou entendemento das coisas.
Convenhamos, eu não sou tão perfeito assim.. Talvez por que eu não ligo pra muita coisa.
Os fatos são: Eu não te amo, odeio sua mãe, sua irmã não devia dar em cima de mim, e eu odeio seus amigos chatos arrogantes.
Por que você insiste?

Seu escritorio me irrita, e não quero saber de uma vida normal.
Não eu não ando fazendo drogas, sou mais eu.
Você não entende que não podemos terminar, pois nunca começamos.
Pra falar a verdade estou com uma puta vontade de comer um churrasco.
Mais alguma coisa? Sim, quando vou ao banheiro bater uma não penso em você.
Disse que não curto loiras, aprendi que é mentira vai entender né.
Os fatos continuam: Não quero casar com você, não quero ir pra porra da França eu odeio aquele país, você é a pessoa mais chata pra levar num bar pra assistir futebol, suas musicas me irritam.